AFOGAMENTOS NA REGIÃO METROPOLITANA DE CUIABÁ

Paulo Luiz Batista Nogueira (1),

Ana Luisa de Menezes Macedo Maia (2),

Lucas Theodoro Porto (3)

(1) Paulo Luiz Batista Nogueira. Mestre em Cirurgia, nutrição e metabolismo. Coordenador do curso de medicina do Centro Universitário de Várzea Grande – UNIVAG. Av. Dom Orlando Chaves, 2655 – Cristo Rei, Várzea Grande – MT. (65) 3688-6007. coordenacao.medicina@univag.edu.br

(2) Ana Luisa de Menezes Macedo Maia. Acadêmica de medicina do Centro Universitário de Várzea Grande – UNIVAG. Av. Presidente Marques, Rua Santa Helena, 767, aptº130, Cuiabá – MT. (79) 999572210. ana._maia@hotmail.com

(3) Lucas Theodoro Porto. Acadêmico de medicina do Centro Universitário de Várzea Grande – UNIVAG. Rua Acorizal, 115, aptº204, Cuiabá – MT. (66) 999994389. lucasthporto@hotmail.com

INTRODUÇÃO: O conceito atual de afogamento adotado por vários órgãos, entre eles a World Health Organization (WHO) e pela International Lifesaving Federation (ILS), é que é um tipo de trauma que ocorre com a aspiração de liquido não corporal, causado por submersão ou imersão. No âmbito da medicina legal é classificado como uma morte violenta, inserida no contexto das asfixias mecânicas.(1) A singularidade deste tipo de fatalidade e os trabalhos científicos sobre o tema, tão escassos, promovem um estudo mais aprofundado sobre os óbitos ocorridos principalmente em regiões banhadas por rios de água doce onde se observam as maiores incidências de mortalidades por afogamento.

METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo do tipo transversal em que foram coletados, no IML, dados de 25 prontuários de necropsia de vítimas de morte violenta por afogamento, que ocorreram em 2014. Os dados foram coletados no programa Epi-Info 2000 versão 3.5.1 e posteriormente foram realizadas análises descritiva, bivariada e múltipla através dos programas estatísticos, Epi-Info TM7 e SPSS for Windows versão 18.0.

MARCO CONCEITUAL: No Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que ocorrem cerca de 1,3 milhão de casos de afogamento. (2) Dentre as mortes por afogamento as maiores taxas de morte em 2014 ocorreram em setembro. Sabe-se que Cuiabá está em uma região de clima quente-úmido, com a quatro a cinco meses secos. A temperatura elevada na primavera-verão oscila entre 30°C a 36°C entre os meses de setembro e outubro. (3) Fatores como raça, sexo e cor mostraram-se serem característicos para este tipo de morte.

RESULTADOS: Os dados mostram que as mortes violentas ocorreram majoritariamente entre os homens (100%). O local de ocorrência de predomínio foi no rio Cuiabá (56%), sendo que na maioria dos casos não ocorreu demora em encontrar o corpo para realização de biópsia. Quanto às características da morte, houve preponderância de rigidez cadavérica (44%).

CONCLUSÃO: O perfil epidemiológico dos casos de afogamento na região de Cuiabá, registrados pelo IML metropolitano, possibilitou identificar que a mortalidade em homens por afogamento é predominante, indivíduos da cor de pele negra e profissionais pescadores são os registros mais frequentes. Este trabalho retrata a necessidade de discussão sobre o tema, pois conhecer o perfil epidemiológico das vitimas de afogamento possibilita ações de prevenção na mortalidade por este tipo de agravo. (4)

REFERÊNCIAS

1. SZPILMAN, D. Afogamento. Rev Bras Med Esporte, v.6, n.4, p.43-131, 2000.

2. AZMAK, D. Asphyxial deaths: a retrospective study and review of the literature. American Journal of Forensic Medicine & Pathology. v.2, n.27, p.134-144, 2006.

3. ALMEIDA J, LEMES N. Estudo de clima urbano: uma proposta metodológica. Dissertação apresentado a UFMT. Cuiabá,2005.

4. SANTOS A. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Tanatologia Forense, 2004.


Referências bibliográficas