Resumos

PACIENTE EM CIRURGIA TRAUMATOLÓGICA NÃO ACORDOU DA ANESTESIA, FAMÍLIA ALEGA ERRO MÉDICO: IMPORTÂNCIA DA PATOLOGIA FORENSE NA ELUCIDAÇÃO DO CASO

 

 

Anderson da Silva Costa¹; Luís Gustavo Ferreira Cortes²; Renato Evando Moreira Filho³; Ana Leopoldina Nogueira Rocha4; Manuela Chaves Loureiro Cândido5; Victor Hugo Medeiros Alencar6; Ricardo Antônio Macêdo Lima7; Átila Einstein de Oliveira8; Karla Feitosa Ximenes Vasconcelos9; Francisco Hugo Leandro10

 

1Médico Perito Legista PEFOCE

2Médico Patologista

3Médico Perito Legista PEFOCE

4Médico Perito Legista PEFOCE

5Perita Criminal PEFOCE

6Médico Perito Legista PEFOCE

7Perito Criminal PEFOCE

8Perito Criminal PEFOCE

9Médico Perito Legista PEFOCE

10Médico Perito Legista PEFOCE

 

 

 

RESUMO

Introdução: periciando é um homem de 40 anos que foi vítima de queda de moto, foi estabilizado e posteriormente submetido a cirurgia eletiva. Chegou ao hospital com história de acidente de trânsito há 6 meses com fratura de tíbia E. Usava capacete. Foi ser submetido a cirurgia para correção da fratura e não acordou da anestesia. Família alegou erro médico durante o procedimento.Metodologia: no exame anatomopatológico são realizados os exames macroscópicos em cortes de fatias de tamanhos em cm ou mm e observados à lupa e após isso fabricados lâminas histológicas para observação microscópicas. Nesse caso, foi recebido material em recipiente contendo solução fixadora, formol a 10%. Recebido material em 2 recipientes contendo solução fixadora identificados como ”coração, ”fragmentos de pulmões D e E ”, ”fragmentos de rins D e E ” e ” fragmentos de cerebelo”’. Macroscopia: A: Consta de fragmento de rim medindo 5,0 x 6,0 x 4,0 cm, acompanhado de fragmento de pulmão medindo 8,0 x 6,5 x 6,0 cm compacto e pouco aerado.B: Consta de fragmento de rim medindo 6,0 x 4,5 x 5,0 cm, acompanhado de fragmento de pulmão medindo 8,0 x 6,0 x 6,5 cm, compacto aos cortes e apresentando trombo intravascular. Acompanha ainda cerebelo medindo 7,0 x 7,0 x 4,0 cm e coração pesando 430 gramas, com espessura de VE, septo e VD de 1,5 ; 1,6 e 0,5 cm, respectivamente. Este, apresentando hipertrofia concêntrica de VE, além de trombo em câmara direita e esquerda com extensão para artéria pulmonar. Apresenta também aterosclerose coronariana leve.Legenda:cap. 1 – rim A, cerebelo (5F); cap. 2 – pulmão A, rim B (5F); cap.3 – pulmão B, trombo (3F); cap. 4 – VE. septo ,VD (4F). Total : 4 cápsulas C/R.Microscopia: : Secções mostrando em rins, coração, cerebelo e pulmão, vasos sanguíneos menores obliterados por microtrombos de fibrina e acompanhados por estruturas fúngicas filamentosas e espessas em dicotomização  em  ângulos  de  90°,  semelhantes  a  Mucor    (evidencias pela coloração especial de PAS). Nos tecidos do entorno, presença de necrose, por vezes hemorrágica. Em coração notam-se ainda áreas de calcificação miocárdica. Em pulmão, presença de trombo intravascular em vaso de grande monta (artéria pulmonar ou ramos de maior calibre), com áreas de infarto associadas. Presença de aterosclerose coronariana leve. Resultados: tromboembolismo pulmonar de grande monta com área de infarto pulmonar associado, microangiopatia trombótica difusa associada a áreas de infarto em múltiplos orgãos e a mucormicose invasiva, com acometimento de cerebelo, coração, pulmões e rins, hipertrofia cardíaca leve e calcificação miocárdica em áreas, aterosclerose coronariana leve, trombos intracardíacos. Conclusão: Após os resultados patológicos, foi confirmado quadro compatível com Tromboembolismo pulmonar maciço, com microtrombos cardíacos originados do pulmão, afastando-se da hipótese aventada de erro médico.


Referências bibliográficas

  1. Brasileiro Filho, Geraldo; Bogliolo, patologia – 9ed- Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2016
  2. França, Genival Veloso de; Medicina Legal – 10 ed – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015
  3. Elder, ; Elenitsas R; Johnson, B.; -Histopatologia, ed Manole, 2011
  4. Protocolo Operacional Padrão do Serviço de Patologia Forense – PEFOCE – 2017